O que nos salva em momentos de grande angústia? O que nos dá esperança? O que te tira da cama? Cada um de nós encontra ou inventa estratégias diversas para sobreviver tempos difíceis como este que estamos passando. A pandemia trás o medo da doença e da morte, o receio da perda de familiares ou amigos queridos, as aflições das incertezas e por esse caminho de reflexão se desdobram outras possibilidades que roubam a tranquilidade de quase todos. Entretanto, neste cenário atual nos parece importante lembrar que há um contraponto possível, antídoto de todos esses sentimentos que vieram à tona nos últimos meses.

Há, apesar de tudo, belezas que nos auxiliam a resistir. Seja essa beleza real ou ficcional, vivida pela experiência e evocada na memória ou então percebida através da arte, das relações pessoais, da natureza e quem sabe onde mais… Esse é um possível lugar de refúgio para o espírito em tempos de tamanha turbulência, um lugar de inspiração, de alento, e também de ponderação de que é possível fazer melhor. É possível. E não é alienação. Talvez o belo tenha sido associado durante tempo demais com o fútil, com o dispensável, com o "pão e circo”, e com isso deixamos de perceber o poder de colocar em movimento a esperança e o desejo de algo melhor e mais luminoso. Este trabalho é nosso manifesto para que possamos transformar profundamente a vida, um pedacinho de cada vez.

A Paracuru Cia. de Dança completa 16 anos de existência. Dirigida por Flávio Sampaio, a companhia leva à comunidade ações artísticas através de seu repertório e da Escola de Dança de Paracuru.