Talvez, o sentido maior desse encontro, dança, infância-adolescência, não seja que o outro saiba algo que não sabia. Tampouco que ele deixe de saber algo que ele acreditava saber. Mas, sobretudo, que ele transforme sua relação com o saber. Por que? Porque o corpo da criança não é um corpinho. É um corpão. Ou seja, é um corpo que não é separado de suas potências, que sabe lidar com suas multiplicidades e singularidades. É um corpo que se experimenta. O que procura ou o que toca o espectador que não dança?
Reatar suas próprias potências de dança. A criança está sempre a dançar. Então, ela precisa apenas transformar essa relação. Como? sabendo-se dançar: quando dança, ela sabe que dança. E assim, dança mais. Isso não é tão fácil como pode parecer. Saber-se dançando mobiliza muitas coisas: escolas, professores, metodologias, materiais... E tudo isso junto sempre em transformação. O movimento é inerente a todas as coisas. Se queremos lidar com tudo isso, precisamos, antes, saber-se em movimento, com o movimento. Nessa relação. Portanto, precisamos pensar isso, ouvir isso, sentir esse estado em nós e em nossas relações. Daí a existência desse projeto, composto de seminário, oficinas com profissionais da dança e com professores, bem como tudo isso em relação, em movimento, com as crianças. O tecer das existências singulares nos mobiliza investir em deslocamentos, criando espaços e fomentando políticas de proximidade. Do que se trata? Acompanhar, traçar, seguir com a diferença, em sua alteridade, cujo agir desdobra-se em tentativas que não enquadrem, contenham ou delimitem a si e ao outro. Mas potencializem movimentos, deslocamentos, gestos. Ver com o corpo, imbuído de uma corporeidade dançante.
Inscrições Abertas
Oficinas de aperfeiçoamento para profissionais que atuam no ensino de dança e que desejam pensar e desenvolver propostas pedagógicas voltadas para a faixa etária da infância à adolescência.
Repetir, copiar, apropriar, corresponder, restringir, desenhar, ampliar e apagar. Materiais em Dança. Mover o movimento para uma dança em estado de criação. Este encontro de formação, direcionado para profissionais que atuam no ensino de dança e que desejam pensar e desenvolver propostas pedagógicas voltadas para a faixa etária da infância à adolescência, busca disparar o estado de composição em dança e despertar poéticas pedagógicas num trabalho em estado de invenção. O objetivo é AFINAR a improvisação em dança como propositora de uma abordagem pedagógica em dança possível de suspender, atentar e impulsionar os saberes em dança com dança. Por assim, integrar em si estados de entrega em dança.
Voltada para profissionais da rede pública de ensino, objetivando a sensibilização do movimento e de poéticas pedagógicas para o trabalho de preparação à fruição artística, que poderá ser desenvolvido por eles em sala de aula com seus alunos.
Papel, tecido, pedras, penas, balões ou caixas. Materiais em Dança. Corpo em movimento com o movimento. Espaços e objetos que juntos compõem uma corporeidade dançante, impulsionando o corpo a partir de uma escuta muito própria que desdobra-se em entrega e composição dançante. Este encontro de formação, direcionado para profissionais da rede pública de ensino, pretende colocar seus participantes em estado de dança, despertando a sensibilização do movimento num trabalho disparado a partir de processos inventivos e relações com a infância. O objetivo é APRESENTAR a dança através da sensibilização do movimento, da improvisação e de poéticas pedagógicas possíveis de suspender, atentar e impulsionar os saberes em dança com dança. Por assim, despertar a dança em si para acompanhar sua entrega.
Ações realizadas com orientação de profissionais especializados em propostas pedagógicas em dança para o público infanto-juvenil, articulando uma rede de atores do trabalho sócio-pedagógico direcionado ao público infantil e seus familiares (Escolas de ensino fundamental, Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, Associações comunitárias, etc.)
Correr, pular, saltar, rolar, parar e Dançar. Este encontro de dança direcionado ao público infantil e seus familiares acontecerá através de um momento coletivo de improvisação e composição em dança. O objetivo é APROVEITAR o não saber e o saber da criança como potência de transformação das relações em Arte. Se “despretensionar” de dançar para dançar e então saber que dançou. Se entregar para interiorizar.
De 16 à 19 de março, sempre às 19h, no Canal do YouTube do Webinário Arte e Infância
Debate sobre as grandes transformações construídas em torno desse período da vida e suas relações com a corporeidade dançante. Estudos voltados à Infância apontam hoje o reconhecimento do direito de toda criança à infância, sendo sujeito construtor do seu conhecimento, ativo na busca da fantasia e da criatividade, possuidor de grande capacidade cognitiva e de sociabilidade e capaz de escolher seus caminhos de desenvolvimento. Como a construção de uma corporeidade dançante, nesse momento da vida, pode dar conta das grandes transformações próprias à Infância e seus desdobramentos na adolescência?
ACESSAR CANAL